Fala, pessoal! Primeiramente, Dragon Ball sempre foi mais do que apenas um anime para mim. Minha trajetória como ilustrador começou fazendo fan arts dos personagens criados por Akira Toriyama. Acredito que muitos ilustradores brasileiros, especialmente aqueles nascidos nos anos 90, tiveram Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z como suas primeiras grandes referências artísticas. Essas obras marcaram uma geração e continuam influenciando novas audiências até hoje. Mas até que ponto uma franquia deve continuar sendo explorada sem a presença de seu criador original?
O legado de Dragon Ball e a continuidade sem Toriyama
Entendo o desejo dos fãs de ver sua franquia favorita se renovar constantemente e se tornar um fenômeno eterno. No entanto, essa necessidade também pode resultar em lançamentos de qualidade questionável, que não condizem com o padrão estabelecido no passado. Muitas vezes, a justificativa para essa queda de qualidade é: "Vocês não são mais o público-alvo". Mas essa argumentação ignora o fato de que ainda somos consumidores fiéis, e manter um público cativo é tão importante quanto conquistar novos seguidores.
Mesmo ao atrair uma nova audiência, é fundamental lembrar que Dragon Ball não é apenas um anime, mas uma marca multimilionária que gera lucros ano após ano. Portanto, se a franquia vai continuar sem a presença direta de Akira Toriyama, o mínimo que se espera é um produto digno de carregar seu nome.
Dragon Ball Daima: uma homenagem ou um retrocesso?
Ao comparar o Super Saiyajin 4 de Dragon Ball GT – que, embora não seja canônico – teve um desenvolvimento narrativo melhor e mais elaborado em relação as escolhas feitas para Dragon Ball Daima, é impossível não perceber um enorme abismo na construção de ambos. O estilo chibi, as proporções exageradas das mãos (lembrando Donkey Kong) e o padrão cromático tiram a imponência que Goku sempre teve, especialmente nessa transformação; e mesmo se ele vier a ser trabalhado na sua versão adulta, esse conceito das mãos gigantes e a ausência da pelagem preenchendo todo o seu braço, tornam esse visual muito caricato. Essas escolhas artísticas tornam difícil enxergar esse novo anime como uma evolução natural da franquia.
Os problemas com Dragon Ball já eram evidentes desde Dragon Ball Super, quando a série passou a priorizar a venda de brinquedos em vez de entregar um enredo bem estruturado, nem vou entrar no ponto de Dragon Ball ter um enredo fraco, pois isto não passa de idiotice, tendo em vista a quantidade de animes que tiraram e ainda tiram referências dele. A cada poucos episódios, surgia uma nova transformação sem propósito ou desenvolvimento adequado. Mesmo assim, os fãs relevaram muitas dessas falhas graças a momentos bem animados e empolgantes, como a luta entre Goku e Jiren no Torneio do Poder, porém isto ainda é insuficiente para dizer que tal obra foi boa.
O futuro da franquia
Minha esperança é que Dragon Ball Daima consiga evoluir até sua conclusão, mas, pelo que foi apresentado até agora, parece mais um produto que vive à sombra do legado de Dragon Ball. Como fã de longa data, torço para que esse uso excessivo da franquia, sem a qualidade que um dia nos foi entregue, não manche o legado de Akira Toriyama.
Já vimos isto se repetir com diversas outras obras, talvez uma das mais relevantes e semelhantes a esta, seja o caso de Pokémon, que inclusive tem se refletido na própria queda de qualidade dos seus jogos, mas isto é assunto para outro debate. O importante de se ressaltar, é que essas "hachuras" no legado de uma empresa não refletem a priori a sua queda comercial, porém quanto mais danos uma marca sofre, mais fraca ela se torna e menos lucro ela pode gerar, até chegar ao ponto de se esvair. Portanto, até que ponto estes "danos" ainda valem a pena?
E você, o que achou de Dragon Ball Daima até agora? Será que a franquia ainda tem fôlego para se reinventar sem perder sua essência? Deixe sua opinião nos comentários!
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