Nos últimos dias, um dos temas mais comentados no universo da ilustração digital tem sido a capacidade do ChatGPT 4.0 e de outras inteligências artificiais (IAs) de criar imagens no estilo dos estúdios Ghibli. A polêmica não é nova, mas ganha força conforme as ferramentas evoluem e desafiam a forma como enxergamos a criação artística.
A Evolução das IAs: Um Salto Assustador
Antes de mergulharmos no impacto das IAs na arte, vale ressaltar que minha primeira formação foi na área de Engenharia de Controle e Automação (Mecatrônica). Durante os anos de 2014 e 2015, estudei o desenvolvimento de inteligências artificiais, suas etapas de treinamento e teste. Naquela época, as IAs ainda estavam longe do que vemos hoje com o ChatGPT, Midjourney, DeepSeek e outras ferramentas deste tipo. O progresso dessas tecnologias nos últimos anos foi tão acelerado que beira o assustador.
O Impacto das IAs na Arte Digital
Para ilustradores e apreciadores da arte, é frustrante e ao mesmo tempo alarmante ver IAs criando ilustrações complexas, animações e vídeos em questão de minutos. Algo que antes demandava dias ou semanas de trabalho, agora pode ser gerado em segundos. A algum tempo atrás, fiz um estudo de paisagem no estilo dos estúdios Ghibli que levou cerca de dois a três dias para ser concluído, sem contar as inúmeras horas de estudo para atingir tal nível. Enquanto isso, um software de IA poderia criar algo similar em questão de minutos.
A história nos mostra que inovações tecnológicas muitas vezes substituem profissões inteiras. Foi assim com a fotografia em relação aos pintores retratistas, com os sistemas telefônicos automáticos que eliminaram a profissão de telefonista, e com os computadores que reduziram a necessidade de taquígrafos. Seria a arte digital o próximo setor a ser impactado?
Como os Artistas Podem Se Adaptar?
A principal estratégia para os ilustradores e outros profissionais criativos é encarar as IAs como ferramentas e aprender a utilizá-las a seu favor. Regulamentações podem surgir, mas não garantem proteção definitiva. Muitas vezes, leis são formuladas para beneficiar setores específicos, por pessoas com interesses próprios e podem não proteger os artistas como esperado.
Portanto, a melhor solução é se preparar e buscar formas inovadoras de se destacar no mercado. Quem tenta barrar a evolução tecnológica geralmente perde essa batalha. Entretanto, o fato é que mesmo Hayao Miyazaki, co-fundador dos estúdios Ghibli mostrou-se insatisfeito com a apropriação da sua arte e o uso das IAs para se desenvolver artes.
Nenhuma Profissão Está Imune
Para aqueles que ainda zombam do dilema dos ilustradores, vale lembrar que as IAs já estão afetando outras áreas. Temos inteligências artificiais escrevendo textos, gerando códigos de programação, criando dublagens e até auxiliando em diagnósticos médicos. A área da saúde pode demorar mais para sentir o impacto direto, pois existe um clamor popular das pessoas confiarem mais na opinião de outras pessoas do que em máquinas, mas até que ponto isto se mantém.
A incerteza sobre o futuro gera ansiedade, mas, em vez de resistir sem um plano concreto, a melhor saída é entender a tecnologia, explorá-la e usá-la a favor da criatividade humana. A evolução das IAs é um desafio, mas também pode ser uma oportunidade para aqueles que souberem se adaptar.
O que você pensa sobre essa mudança? A arte tradicional e a criação humana ainda terão espaço em um mundo dominado por IAs? Quais áreas você acredita que poderão ser afetadas pelo avanço das IAs? Qual a sua solução para este problema? Deixe sua opinião nos comentários!
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