segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A polêmica da classificação indicativa de Demon Slayer: Castelo Infinito

O aguardado filme Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito chega aos cinemas brasileiros cercado de expectativas. Porém, uma decisão recente do Ministério da Justiça gerou controvérsia: a produção, inicialmente pleiteada pela distribuidora com classificação de 14 anos, recebeu oficialmente a classificação indicativa para maiores de 18 anos.

A decisão foi publicada na Portaria CGPCIND/DSPRAD/SEDIGI nº 1.549, em 29 de agosto de 2025, apenas dias antes da estreia do longa.


Por que o filme recebeu 18 anos?

De acordo com o Ministério da Justiça, a classificação máxima se deve à violência intensa, cenas sangrentas, mutilações e mortes intencionais. Embora não haja nudez, uso de drogas ou sexualidade explícita, a frequência e relevância dessas cenas foram consideradas excessivas para menores de idade.

Assim, o governo concluiu que o longa só pode ser exibido para maiores de 18 anos, restringindo o público em comparação com outras partes do mundo, onde geralmente a obra recebe 14 ou 16 anos.


Impactos na bilheteria de Demon Slayer no Brasil

A mudança acontece em cima da hora e pode trazer consequências negativas para a bilheteria nacional do filme:

  • Ingressos já comprados: Muitos adolescentes entre 14 e 17 anos adquiriram ingressos antecipados, mas agora não poderão assistir ao filme.

  • Redução de público: O corte de uma parte significativa da base de fãs pode impactar diretamente no desempenho comercial nos cinemas.

  • Insatisfação dos fãs: Redes como Cinemark e Cinesystem já receberam diversas reclamações em sites como Reclame Aqui, mostrando a frustração do público.

  • Comparação com outros países: Enquanto no Japão e em outros mercados o filme mantém classificação mais acessível, no Brasil a limitação pode reduzir o potencial de arrecadação.


É censura ou não?

Embora na prática essa reclassificação não configure censura, já que o filme não foi cortado ou proibido — apenas recebeu uma faixa etária restritiva — a decisão levanta questionamentos.

Afinal, trata-se de uma medida no mínimo contraditória, considerando que o próprio anime já foi exibido no Brasil com classificações mais brandas e sem restrições tão severas.

Além disso, quando pensamos no contexto nacional, onde conteúdos com teor muito mais sério — violência explícita em noticiários, reality shows com cenas polêmicas, ou até mesmo programas voltados ao público jovem carregados de mensagens questionáveis — passam quase “despercebidos” pelas autoridades, a escolha de barrar Demon Slayer para menores de 18 anos soa, no mínimo, estranha e incoerente.

Esse movimento reacende um debate antigo: até que ponto a classificação indicativa é aplicada de forma justa e equilibrada no Brasil? Muitas vezes essas movimentações parecem mais voltadas em ideologias, políticas ou interesses de terceiros, do que algo que vise preservar o público alvo.


O que pode acontecer daqui para frente?

A distribuidora Sony Pictures/Crunchyroll é a única que pode recorrer e solicitar uma reavaliação da classificação indicativa. No entanto, com a estreia já marcada, é improvável que haja tempo hábil para reverter a decisão antes do lançamento.

Se a faixa etária não for alterada, é possível que Demon Slayer: Castelo Infinito tenha uma bilheteria abaixo do esperado no Brasil — mesmo sendo um dos animes mais populares do mundo.


Conclusão

A mudança repentina na classificação de Demon Slayer: Castelo Infinito para 18 anos gerou um forte debate entre fãs e especialistas. Com parte do público impedido de assistir à estreia, a arrecadação nos cinemas brasileiros pode, de fato, sofrer um impacto considerável.

Entretanto, o maior risco não está apenas na bilheteria imediata, mas no futuro da franquia no Brasil. Caso o desempenho comercial seja prejudicado, distribuidoras podem repensar o investimento em trazer as próximas partes da saga para os cinemas nacionais, tornando a experiência dos fãs cada vez mais limitada.

Ainda assim, a expectativa em torno do lançamento segue altíssima, e será justamente a resposta do público que mostrará até que ponto a decisão do Ministério da Justiça pode comprometer o sucesso de Demon Slayer no mercado brasileiro.

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