Com o encerramento de Boku no Hero Academia, muitos fãs ficaram com aquele sentimento amargo de “era isso?”. A promessa inicial de acompanhar a jornada de Izuku Midoriya até se tornar o maior herói de todos os tempos acabou resultando em um final que, para muitos, falha não apenas na execução, mas principalmente na mensagem transmitida.
O maior problema não é Deku não alcançar o topo absoluto, mas sim a ideia de que ele parece plenamente satisfeito com uma vida sem reconhecimento, mesmo após salvar o mundo. Esse sentimento é rapidamente quebrado quando, de forma abrupta, ele recebe uma armadura tecnológica do All Might e de seus colegas e retorna à rotina de herói — o que contradiz completamente o arco emocional apresentado momentos antes.
Pensando nisso, resolvi listar 5 animes que prometeram muito, mas entregaram finais decepcionantes, seja por decisões narrativas questionáveis, mudanças editoriais ou perda de foco criativo.
1) Shingeki no Kyojin (Attack on Titan)
Poucos finais dividiram tanto a comunidade quanto o de Attack on Titan. O famoso “Eren pombo”, a cena em que o protagonista implora de forma quase patética e o destino de Mikasa — eternamente presa ao passado — simbolizam uma conclusão que muitos consideram incoerente com a complexidade construída ao longo da obra.
O fato de Hajime Isayama ter lançado conteúdos adicionais e explicações posteriores após o término do mangá é visto por muitos como um indício de que o final original não comunicou bem suas intenções. Shingeki sempre se destacou por sua narrativa densa, moralmente ambígua e politicamente complexa — justamente por isso, a expectativa por um desfecho mais refinado era enorme.
2) Darling in the Franxx
Darling in the Franxx começa com uma proposta intrigante: romance, ficção científica e mechas com forte simbolismo. No entanto, seu final é frequentemente criticado por ser apressado, confuso e excessivamente abstrato.
A ausência de um mangá ou light novel como base sólida contribuiu para decisões criativas questionáveis, incluindo a introdução repentina de conflitos cósmicos e o uso da reencarnação como solução narrativa — um recurso que, assim como viagens no tempo, exige extrema habilidade para funcionar sem parecer uma saída fácil.
3) The Promised Neverland
A primeira temporada de The Promised Neverland é amplamente reconhecida como um dos melhores thrillers psicológicos dos animes modernos. Tensão, mistério e personagens cativantes colocaram a obra no topo das recomendações.
O problema veio com a segunda temporada: arcos inteiros do mangá foram cortados, personagens importantes desapareceram e o final foi resumido em uma sequência de imagens estáticas. Até mesmo o mangá, por acelerar seu encerramento, sofreu críticas semelhantes, mas o anime levou essa falha a um nível ainda mais grave.
4) Death Note
Death Note é considerado um anime clássico e uma excelente porta de entrada para novos fãs. Ainda assim, há um consenso quase universal: a obra perde força após a morte de L.
Near não é necessariamente um personagem ruim, mas o embate final carece da mesma genialidade estratégica que marcou o confronto entre L e Kira. Light passa a cometer erros que destoam do nível de inteligência demonstrado anteriormente. Mesmo com justificativas narrativas — como o excesso de confiança e a interferência de Mello — o desfecho deixa a sensação de potencial desperdiçado.
5) Naruto
Naruto é um fenômeno cultural, influenciou gerações e ocupa um lugar definitivo na história dos animes. Ainda assim, seu arco final é alvo de críticas severas.
A introdução repentina de Kaguya como vilã final, com pouquíssima construção prévia, retirou Madara Uchiha — um dos vilões mais icônicos da ficção — do centro da narrativa de forma abrupta. A luta contra Kaguya é considerada pouco inspirada, e apenas o confronto final entre Naruto e Sasuke consegue resgatar parte da grandiosidade do encerramento.
Considerações Finais
Mesmo com finais decepcionantes, todas essas obras continuam sendo incríveis e altamente recomendadas. É natural que o público se frustre com desfechos fracos, afinal, uma obra pode até conquistar pelo início, mas é o final que permanece na memória.
Criar um bom encerramento exige não apenas planejamento, mas uma compreensão profunda da própria história, dos personagens e das mensagens transmitidas. Além disso, fatores externos — como pressões editoriais, prazos apertados e decisões de estúdio — frequentemente interferem no resultado final.
Ainda assim, quando uma obra promete muito e entrega pouco em seu desfecho, a decepção é inevitável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário